sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Um ano (ou quase isso) depois

Trezentos e sessenta e alguns dias mais tarde e eu me vejo parado em uma estrada vazia, com os pés congelados, enquanto um par de faróis altos vem em minha direção. Me cegando cada vez mais à medida que se aproximam. Luz forte. Rápido. Mais rápido.

Ele manda uma foto das antigas camadas de tinta das paredes do quarto. Eu digo que, pelo visto, as cores estão amadurecendo com o tempo. Aperto o botão de enviar.

E então eu imploro, buscando fôlego nas lembranças que construímos, para que ele acompanhe as cores. E mude.

Mas eles, os faróis, já chegaram.